Se você trabalha com entregas por aplicativo ou dirige seu próprio carro para fazer delivery, entender como funciona o seguro de automóvel nos Estados Unidos é essencial e pode te proteger de grandes prejuízos.
O que muitos motoristas não sabem é que o seguro pessoal (personal auto) normalmente não cobre o uso comercial, como quando você está dirigindo para Uber Eats, DoorDash, Instacart ou Amazon Flex.
Neste artigo você encontrará:
- As diferenças entre seguro pessoal e seguro comercial para motoristas de delivery;
- Explicações simples sobre os sistemas de seguro nos EUA (tort, no-fault e choice no-fault);
- Os estados que exigem PIP obrigatório e o que isso significa na prática;
- As mudanças de 2025 nas leis de seguro em estados como Califórnia, Massachusetts, Carolina do Norte e Virgínia;
- As consequências reais de dirigir sem a cobertura adequada;
- Dicas para escolher o seguro certo e evitar problemas com seguradoras e aplicativos de entrega.
Seguro pessoal vs. seguro comercial
Seguro pessoal (Personal Auto)
É o seguro tradicional, feito para quem usa o carro no dia a dia para ir ao mercado, levar os filhos à escola, ir ao trabalho ou viajar.
Mas quase todas as seguradoras incluem uma cláusula de exclusão: se o veículo for usado para trabalho ou entrega paga, o sinistro pode ser negado.
Isso significa que, se você sofrer um acidente durante uma entrega, sua seguradora pode alegar uso comercial não declarado e recusar o pagamento.
Seguro comercial (Commercial Auto)
O seguro comercial foi criado exatamente para esse tipo de uso. Ele cobre:
- Danos a terceiros (Responsabilidade Civil);
- Danos ao próprio veículo, dependendo da apólice;
- PIP (Personal Injury Protection), quando exigido pelo estado;
- Uninsured/Underinsured Motorist (UM/UIM), que protege você caso o outro motorista não tenha seguro suficiente.
Para quem faz delivery com veículo próprio, o ideal é contratar:
- uma apólice Commercial Auto completa, ou
- um endosso (endorsement) de “uso comercial” à apólice pessoal (quando permitido no estado).
Essas opções eliminam a lacuna deixada pelo seguro pessoal e garantem proteção em todas as fases da entrega.
Entendendo os sistemas de seguro nos EUA
O país não possui um modelo único. Cada estado define suas próprias regras sobre quem é responsável pelos custos após um acidente. De modo geral, existem três sistemas principais:
Estados “Tort” (tradicionais)
Nos estados tort, quem causa o acidente é o responsável pelos prejuízos.
A seguradora do motorista culpado paga pelas despesas médicas e materiais do outro envolvido.
Esses estados não exigem PIP obrigatório, embora o motorista possa contratar coberturas médicas adicionais.
Alguns estados que adotam a regra são: Texas, Illinois, Arizona, Ohio, Alabama, Louisiana, Colorado, entre outros.
Estados “No-Fault” (sem culpa)
Nos estados no-fault, cada motorista aciona o próprio seguro, independentemente de quem causou o acidente. Essas apólices devem incluir o PIP (Personal Injury Protection), que cobre:
- Despesas médicas do motorista e dos passageiros;
- Perda de renda enquanto estiver afastado do trabalho;
- Serviços de reabilitação e cuidados pós-acidente.
O objetivo desse modelo é evitar disputas judiciais e garantir atendimento imediato às vítimas.
Os estados com PIP obrigatório (confirmados em 2025) são: Massachusetts, Michigan, Minnesota, New York, New Jersey, North Dakota, Kansas e Oregon.
Estados “Choice No-Fault” (híbridos)
Alguns estados oferecem um sistema híbrido, chamado choice no-fault, em que o motorista pode escolher o tipo de cobertura legal:
- seguir o modelo no-fault, acionando o próprio seguro; ou
- adotar o sistema tort, processando o motorista culpado, se desejar.
Os estados híbridos confirmados (2025) são: Kentucky, Pennsylvania e New Jersey.
Mudanças importantes em 2025
Alguns estados atualizaram suas leis para aumentar os limites mínimos de cobertura, medida que reflete o aumento dos custos médicos e de reparo.
Estado | O que mudou | Vigência |
Califórnia | Mínimos aumentaram para 30/60/15 (antes 15/30/5). | 1º jan 2025 |
Massachusetts | Dano à propriedade (PD) subiu para US$ 30.000. | 1º jul 2025 |
North Carolina | Novo limite: 50/100/50. | 1º jul 2025 |
Virginia | Novo limite: 50/100/25. | 1º jan 2025 |
Essas mudanças afetam diretamente motoristas de delivery com apólices antigas. Se o seu seguro ainda está abaixo desses valores, é hora de atualizar.
Consequências de não cumprir as exigências
Trabalhar com delivery sem o seguro correto pode trazer problemas sérios e duradouros, tanto financeiros quanto legais.
1. Multas e penalidades administrativas
Dirigir sem o seguro mínimo exigido é ilegal em quase todos os estados. As punições variam, mas podem incluir: multas elevadas, suspensão da carteira de motorista e remoção das placas ou apreensão do veículo até que o seguro seja regularizado.
Além disso, a reincidência pode gerar bloqueio no registro do carro, dificultando sua renovação anual.
2. Negativa de sinistro pela seguradora
Mesmo que você tenha um seguro pessoal, se o acidente acontecer enquanto faz uma entrega, a seguradora pode negar totalmente o pagamento.
Isso significa que nenhum dano, nem ao seu carro, nem ao de terceiros, será coberto. Muitos motoristas só descobrem essa exclusão depois do acidente, quando já é tarde demais para corrigir.
3. Responsabilidade pessoal e financeira
Sem cobertura adequada, o motorista se torna financeiramente responsável por todos os custos do acidente:
- consertos de veículos,
- despesas médicas,
- indenizações judiciais, e até
- salários perdidos de outras pessoas envolvidas.
Esses valores podem ultrapassar facilmente dezenas de milhares de dólares, comprometendo o patrimônio pessoal e a renda do motorista.
4. Problemas com aplicativos de entrega
Empresas como Uber Eats, DoorDash e Instacart exigem comprovação de seguro válido. Sem ele, o motorista pode ser suspenso ou desativado da plataforma.
Além disso, se houver um acidente durante uma entrega e o seguro não cobrir o uso comercial, a plataforma não se responsabiliza pelos danos.
Em outras palavras: sem a apólice certa, o motorista pode perder o carro, o emprego e a renda, tudo em um único acidente.
Como escolher o seguro certo para delivery
- Informe sempre o uso comercial ao cotar o seguro.
- Verifique se seu estado exige PIP e se a apólice cumpre essa regra.
- Considere incluir UM/UIM (motorista sem seguro).
- Entenda a cobertura do app: algumas empresas cobrem apenas durante a entrega, não quando você está disponível.
- Empresas de delivery: se tiver funcionários, inclua Hired & Non-Owned Auto (HNOA) para proteger a empresa.
O seguro é o parceiro do seu dia a dia no delivery
Fazer delivery é uma excelente forma de aumentar a renda, mas dirigir sem o seguro adequado pode custar muito caro.
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